*Umas 6 da manhã*
Meus olhos se abriram na hora que eu ouvi o alarme tocar, dizendo que já eram seis da manhã. Eu bocejei, morrendo de sono, e tava quase pra levantar da cama quando senti algo na minha cintura, me puxando pra baixo.
Eu olhei pra baixo pra ver o braço do Jason enrolado na minha cintura, apertando. Virei pra ele e vi que os olhos dele tavam fechados, trancado no sono. Decidindo não acordar ele, eu tentei tirar o braço dele devagarzinho pra levantar, mas ele tinha outros planos.
Ele apertou mais a cintura e me puxou pra perto dele, encostando minhas costas no peito dele.
“Tentando fugir de mim, esposa??” Eu ouvi ele falar. Me arrepiei com o bafo másculo dele no meu ouvido. Ele tava dormindo agora pouco. Como é que ele tá acordado?? Ele me virou pra encarar ele.
“Bom dia.” Ele adicionou, dando um selinho nos meus lábios e me dando um sorriso de tirar o fôlego, mostrando as covinhas dele. Uma das características dele que me atraiu pra ele quando a gente se conheceu.
“Bom dia.” Respondi, sorrindo de volta pra ele.
“Onde você tava indo?” Ele perguntou, levantando pra ficar em cima de mim, mas tomando cuidado pra não botar todo o peso em mim.
“Já são 6 da manhã. Eu queria te ajudar a se preparar pro trabalho. Você sabe que tem uma reunião importante hoje de manhã.” Eu lembrei.
Os olhos dele arregalaram de surpresa quando ele olhou pro relógio na parede do nosso quarto.
“Droga!!” Ele exclamou, pulando da cama.
“Por que você não me acordou??” Ele perguntou.
“Você tá acordado agora.” Eu falei, também me levantando da cama. Ele tirou a roupa e praticamente correu pro banheiro, me fazendo rir.
Eu saí do quarto e fui pra cozinha fazer um café da manhã rápido pra ele. Eu queria fazer chá e torrada, já que é a comida mais rápida de fazer hoje de manhã. Abri a geladeira pra pegar algumas coisas que eu ia precisar quando um cheiro irritante chegou no meu nariz.
Meus olhos procuraram freneticamente pra ver o que tava cheirando tão mal até que eu vi o peixe fresco que eu tinha comprado ontem. Peguei ele e percebi que ainda não tinha estragado, mas o cheiro que tava saindo dele era o suficiente pra me fazer vomitar.
Não consegui me segurar, então joguei o peixe e corri pro banheiro. Coloquei a mão na barriga e vomitei toda a comida que eu tinha comido ontem à noite.
Quando terminei, dei descarga e lavei o rosto.
“Você tá bem?” Eu ouvi a voz preocupada do Jason quando ele entrou no banheiro.
“Sim. Só uma reação anormal ao peixe na geladeira.” Respondi, usando meus dedos pra arrumar meu cabelo bagunçado.
“Mas você comprou ontem. Como é que estragou tão rápido??” Ele perguntou.
“Não sei.” Eu murmurei e tava quase saindo do banheiro quando senti outra onda de náusea me atingir.
Corri pro box e vomitei tudo o que tinha dentro de mim enquanto o Jason fazia carinho nas minhas costas pra me ajudar. Quando terminei, ele me ajudou a voltar pro quarto. Sentei na cama, cansada, sentindo uma dor de cabeça forte vindo.
“Você tem certeza que tá bem?? Você não tava assim ontem à noite.” O Jason falou preocupado, sentindo minha temperatura.
“Tô bem. Logo passa.” Respondi, ignorando o mal-estar que eu tava sentindo.
“Que tal ir pro hospital fazer um check-up pra gente saber o que tá acontecendo.” O Jason sugeriu.
“Não precisa disso. Eu vou ficar bem.” Respondi, tentando levantar, mas caí de volta na cama quando outra enxaqueca me atingiu. Coloquei a mão na cabeça e gemi de dor.
“Chega. Eu vou te levar pro hospital.” O Jason falou e tava quase pegando as chaves do carro quando eu segurei ele.
“Você esqueceu da reunião que você tem hoje?” Perguntei.
“Eu te deixo no hospital antes de ir pro escritório.” Ele respondeu.
“Mas você vai se atrasar.” Eu respondi.
“Não tem problema.” “Jason, por que você não vai? Eu vou pro hospital sozinha.” Sugeri.
“Tasha…”
“Só me escuta.” Eu cortei ele.
“Ok. Vai pro hospital, por favor.” Ele falou.
“Sim, sim… já ouvi você.” Respondi, cansada, deitando na cama pra ver se a enxaqueca passava. Ele me deu um beijo na testa antes de voltar pro banheiro.
Fechei os olhos pra tirar um cochilo, mas não sei quando eu caí num sono muito profundo. Quando acordei, já era de tarde.
Levantei rapidinho e corri pro banheiro pra tomar um banho rápido. Depois disso, coloquei um conjunto de roupa nova, peguei minha bolsa e saí de casa.
Entrei num táxi e fui pro hospital. A *Doutora* me atendeu. Ela fez umas perguntas e fez um teste em mim.
Uns minutos depois, ela voltou com um papel na mão.
“Então, o que tá acontecendo comigo, *Doutora*? É alguma coisa séria?” Perguntei.
“Não, Sra. Reed. Pelo contrário.” Ela respondeu com um sorriso, me entregando o papel que ela tava segurando.
Meus olhos arregalaram de choque quando eu li o conteúdo.
“*Doutora*… por favor, me diz que o que eu tô vendo é verdade. Por favor, me diz que eu não tô sonhando.” Falei, sentindo a felicidade borbulhar em mim.
“O que você acabou de ler é a realidade. Você tá grávida de cinco semanas.” Ela respondeu.
Eu não sei quando as lágrimas começaram a cair dos meus olhos. Depois de três anos esperando, Deus finalmente respondeu nossas orações.
A *Doutora* ainda tava falando, mas eu não tava ouvindo o que ela tava dizendo. Tudo o que eu conseguia pensar era em como eu ia dar a notícia pro Jason. O quão feliz ele ia ficar.
A *Doutora* me receitou uns remédios e me parabenizou de novo. Agradeci e saí do consultório dela.
Peguei meu celular e disquei o número do Jason, mas ele não atendeu. Imaginei que ele ainda devia estar ocupado, então decidi ir pro escritório dele pra dar a notícia pra ele. Ele ia ficar tão feliz.
Peguei um táxi pro trabalho dele e cheguei lá num instante. Quando eu entrei, os funcionários me cumprimentaram. Todos me conheciam como a esposa do Jason, porque eu sempre visitava o trabalho dele.
Fui pra sala dele e percebi que a *Secretária* dele não tava na mesa dela. Será que eles ainda estão na reunião?? Decidi esperar por ele na sala dele. Já tava quase abrindo a porta quando eu ouvi uns barulhos vindo da sala.
Senti um nó forte na barriga quando percebi que barulhos eram. Eu esperava muito que o que eu tava pensando não fosse o que tava acontecendo. Empurrei a porta e fiquei paralisada quando a realidade me atingiu.
Eu vi meu marido amado enfiando o… fundo na *Secretária* dele. Eles tavam tão envolvidos no prazer que nem notaram minha presença.
“Que merda tá acontecendo aqui??” Falei, porque eu não conseguia mais ver eles.
“Tasha??” O Jason falou chocado, tirando o pau dele dela.
“O que você tá fazendo aqui??” Ele perguntou, lutando pra botar a calça.
A vadia também botou a blusa e a saia dela rapidinho.
“Te peguei me traindo e a primeira coisa que você faz é perguntar o que eu tô fazendo aqui??” Perguntei, brava.
“Não é o que parece.” Ele falou.
“É o que parece. Há quanto tempo isso tá acontecendo??” Perguntei.
“Tasha, amor….” “Não me chama de amor. Eu te fiz uma pergunta, porra. Há quanto tempo isso tá acontecendo??” Perguntei de novo, dessa vez mais alto.
“Faz uns dois anos.” A vadia, que se chama *Sarah*, respondeu.
“Por que você diria isso??” O Jason perguntou pra ela.
“Ela merecia saber.” Ela respondeu.
“Sai daqui!!” Ele gritou pra ela, e ela saiu correndo da sala imediatamente.
Senti meu peito apertar, e eu senti dor, raiva, mágoa e traição de uma vez só.
“Dois anos….. dois anos quando tudo o que eu fiz foi te amar e confiar em você. É assim que você escolheu me recompensar??” Eu falei rouca, com lágrimas escorrendo no meu rosto.
“Me desculpa.” Foi a única coisa que ele conseguiu murmurar.
“Eu te amava, Jason. Por que você fez isso comigo? Meu amor não foi suficiente pra você? Ou é porque eu não conseguia te dar um filho?” Perguntei.
“O quê?? Não. Não é nada disso.” Ele respondeu, balançando a cabeça.
“Então, qual foi a porra da razão?? Por que você desperdiçou todos esses anos que passamos juntos….. todas as dificuldades que passamos juntos??” Perguntei de novo.
“Eu só me desviei um pouquinho. Eu não queria que nada disso chegasse tão longe.” Ele respondeu.
“Desviou um pouquinho.” Eu murmurei, com uma risadinha fraca.
“Sim, Tasha… Foi só isso.” Ele falou.
“Você tá comendo aquela vadia há dois anos e tá me dizendo que só se desviou um pouquinho!!!” Eu gritei.
“Calma. Você não quer que os outros ouçam o que tá acontecendo aqui, isso é uma conversa privada.” Ele murmurou, tentando me tocar, mas eu não deixei.
“O quê?? Você não quer que os outros descubram que você tá comendo a *Secretária* por trás da esposa??” Perguntei, com escárnio na voz.
“Tash…”
“Você me perguntou por que eu tava aqui. Bom, eu vim te dar isso.” Eu murmurei, jogando o resultado da gravidez nele.
“Você tá grávida.” Ele murmurou em choque, lendo o conteúdo.
“Eu tô grávida, mas adivinha, você não vai poder ser a figura paterna do meu bebê, porque eu tô acabando com esse casamento aqui.” Eu falei, tirando minha aliança e jogando na cara dele.
“Espera. Tasha, você não pode fazer isso comigo… com a gente.” Ele murmurou, tentando me segurar, mas eu tirei as mãos dele.
“Não existe mais a gente. E a culpa é toda sua.” Respondi, e saí do escritório ignorando os chamados dele.