Era o dia do amor, o décimo quarto dia de fevereiro de 2014. Arianna estava sentada pacientemente, esperando pelo seu namorado. Ela não tinha recebido nenhum presente especial, flores, cartões ou cartas hoje, mas ainda estava feliz porque ia passar tempo com o seu namorado.
Ela tinha marcado um jantar romântico num restaurante hoje à noite e tudo estava preparado. Ah! A não ser por ele. Quem sabe por que ele está demorando tanto, ele é que devia estar aqui esperando por ela, mas agora é o contrário.
Ela ficou batucando os dedos na mesa e checando o tempo no relógio de pulso continuamente.
O restaurante piscava com luzes vermelhas, e casais entravam e saíam, com roupas combinando de cor vermelha e branca, alguns estavam com seus filhos vestidos como anjinhos adoráveis.
Claro, a representação de Eros; o deus grego do amor com seu arco e flecha. Ela tinha pensado em comprar um daqueles símbolos do cupido, mas desistiu na segunda vez.
Na sua mesa redonda estavam rosas vermelhas que ela tinha encomendado para tornar o momento mais especial. O seu vestido vermelho sem alças gritava 'dia dos namorados!'
***
Arianna era órfã, recém-saída da faculdade; ela tinha estudado artes criativas e design. Com sorte, um dia ela pode alcançar seus sonhos de se tornar Modelo.
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Nesse momento, ela viu a sua tão esperada entrada no restaurante e franziu a testa. Ele não só estava atrasado para o encontro, mas também estava vestido de preto. Por que ele não tenta ser romântico nem por uma vez na vida? Era o dia do amor, por causa de Cristo!
Dave Simons, seu namorado nos últimos oito meses. Para ela, eles tinham algo sério acontecendo ali. Ele era alto, bonito, com um corte de cabelo undercut que ficava muito bem. Assim como ela, ele não era rico, mas pelo menos não se podia contar com ele como um cara falido.
Ele encontrou-a sem dificuldade e sentou-se na mesa, diretamente em frente a ela. Ele nem estava sorrindo.
'Dave… você me prometeu que não ia se atrasar desta vez', ela reclamou e fez beicinho.
Arianna era uma jovem muito bonita, daquelas que ficam lindas sem maquiagem. A sua pele era pálida como a lua, completamente impecável. Ela possuía cabelos pretos, cacheados e sedosos e eram naturais, ela não precisava usar um modelador como a maioria das mulheres faria. Ela tinha olhos verdes esmeralda lindos que encaixavam perfeitamente em suas órbitas.
Ela foi abençoada com cílios e sobrancelhas longas que não precisava de um extra artificial para parecer bonita, o seu nariz comprido pendurava perfeitamente no lugar certo e os seus lábios eram brilhantes mesmo sem molhá-los. Ela era como a versão americana da deusa Afrodite.
'Aria, eu estava enterrado em trabalho', ele respondeu simplesmente, como se não fosse grande coisa.
Arianna ficou desapontada com a resposta dele. Tipo, sério? Então o trabalho dele era mais importante que o encontro de namorados deles? Ele nem estava arrependido, e a sua aparência, ela se vestiu toda para ele, mas ele nem tinha elogiado a sua aparência.
Ela decidiu deixar pra lá de qualquer forma; pelo menos ele estava aqui agora.
'Ok, tudo bem, então que presente você me deu?' Ela perguntou com um olhar de animação.
Ela não esperava muito dele, mas ficaria feliz se ele finalmente fizesse a pergunta hoje à noite.
Ela tem sonhado com este dia há algum tempo, ela acreditava que o que o estava impedindo nos últimos meses era a escola, mas agora a faculdade acabou, era hora de seguir em frente.
'Hum… eu estava com pressa, então não consegui comprar nada para você; também tenho outra razão para…"
'Ah, fala sério, Dave', ela o interrompeu, sentindo-se desapontada novamente.
Ele apareceu atrasado, estava de preto e também não deu presente, o que está acontecendo na cabeça dele?
'Isto não é justo, Dave, você não me deu nada. Como regra geral, você deveria me dar algo no dia dos namorados', ela resmungou com aquela voz angelical.
'De qualquer forma, tudo bem, eu te dei algo que tenho certeza que você vai adorar', ela disse, tentando iluminar o rosto e esconder a decepção.
Ela pegou a sua bolsa de mão da outra cadeira e colocou-a na mesa, e então começou a procurar algo nela.
'Hum, Aria, tem algo que preciso te contar.' Ele disse, com uma cara de pôquer.
'Um minuto, Dave, já vou', ela o interrompeu. Ela finalmente encontrou o que procurava e sorriu.
'Olha o que eu te dei!' ela exclamou e tirou um lindo relógio de pulso da marca SD1970 Stelldive.
Isso tinha custado cem dólares, mas ela teve desde dezembro para começar a economizar. Para uma garota que não tinha emprego, era mesmo alguma coisa.
O sorriso no rosto de Arianna desapareceu quando ela viu que o seu namorado não estava animado com o presente dela, ele apenas tinha aquela expressão sombria no rosto.
'Dave? Está tudo bem?' ela perguntou com uma expressão interrogativa no rosto. 'É o relógio? Você não gostou? Eu posso devolver se não gostar.'
'Deixe-me falar, Aria!' ele meio que gritou com ela em frustração e ela se calou.
Dave suspirou e então olhou para baixo. 'Desculpe-me, Aria, mas isto não está funcionando', ele confessou.
Arianna ficou confusa. O que não estava funcionando? O relógio ou o encontro?
'O que você quer dizer com Dave, se você não gosta do relógio, então eu posso devolver e se você não estiver com vontade para isso hoje à noite, então sempre podemos fazer isso em outra noite.'
'Não é isso que eu quero dizer, Aria, quero dizer que este relacionamento não está funcionando, eu não consigo mais continuar.'
Ela sentiu todo o seu mundo desabar naquele instante. Isto é 14 de fevereiro, não 1 de abril, o que Dave estava dizendo?
'Isto é uma piada, certo? Essa é a sua grande surpresa de namorados para mim porque você já está arruinado.' Ela forçou um sorriso, esperando que as suas suspeitas fossem verdadeiras, que isto fosse apenas uma grande brincadeira.
'Por favor, me perdoe, Aria, mas a nossa jornada termina aqui. Não podemos mais fazer isso, eu fiz o meu melhor para te ter como amante, mas descobri que só gosto de você como amiga.'
'Não… Não, Dave, isso tem que ser uma piada, você não pode terminar comigo. Eu te amo, Dave, e tudo está indo muito bem, então por que você está dizendo isso?'
Lágrimas já se acumulavam em seus olhos. Isto estava realmente acontecendo? Ele estava terminando com ela depois de oito meses dando-lhe falsas esperanças.
'Diga-me, Aria, o que exatamente tem ido muito bem?' ele perguntou com uma expressão vidrada gravada no rosto.
'Eu pensei que tínhamos planos de nos casarmos, tínhamos planejado ir às compras para as coisas do bebê durante o verão, planejamos nos mudar para uma casa nova e começar uma vida totalmente nova. Não dissemos que teríamos uma filha linda? E que ela…"
'Isso era tudo você, Aria, foi tudo ideia sua, não minha, eu sei que você está tentando nos forçar, mas isso simplesmente não está funcionando, chegamos a um beco sem saída e a melhor decisão é nos separar, temos que terminar', Dave anunciou.
'Não, por favor, não faça isso comigo, Dave, tudo bem se você só gosta de mim como amiga, ainda poderíamos nos casar. Eu não estou reclamando, só não me abandone', ela implorou, enquanto lutava para conter as lágrimas.
'Ouça, Aria, você merece melhor do que isso, você é a mulher mais linda que eu já conheci, você também é gentil e amável, mas eu simplesmente não consigo te amar como parceira para a vida.
Você ainda tem toda a sua vida pela frente. Espero que isso não afete a nossa amizade; eu vou sair desta cidade amanhã. Por favor, cuide de si mesma e tenha uma vida boa.'
Com isso, ele se levantou e se despediu. Arianna ficou estupefacta, este foi o pior dia dos namorados da história dos dias dos namorados e naquele exato momento, ela jurou nunca mais celebrar aquele dia novamente.
Ela ainda estava sentada na cadeira enquanto o seu amante desaparecia gradualmente nas ruas escuras, para nunca mais ser visto. Pelo menos foi o que ela pensou. No momento em que ela pensou que as coisas estavam prestes a esquentar entre eles.
Depois da decepção amorosa que ela acabava de receber no dia dos namorados, só havia um lugar para onde ela podia ir agora…
'Clube!!'
Isso mesmo, álcool era a sua maneira de lidar com a dor, e era um mau hábito que ela tinha formado após a morte dos pais.
Continua!
