Vingança e Redenção (Parte 1)
Melissa:
Eu vivo num mundo onde todo mundo acha que eu tenho tudo, mas no fundo, estou me afogando. Política e fingimento são a norma, mas não é o que eu quero. As ambições do meu pai ofuscam tudo, me fazendo sentir sem importância e sozinha. Então Sebastião aparece, virando meu mundo de cabeça para baixo. Ele vê através das mentiras, me libertando da fachada. Mas com ele vem a incerteza. Ele é como uma droga, viciante, mas perigoso, e eu temo que ele possa ser o catalisador da minha queda.
Sebastião:
Amor é um mito no meu mundo, onde poder é tudo. Como um Vanderbilt, estou preso a essa realidade. Então Melissa entra na minha vida, desafiando todas as minhas expectativas. Ela é um paradoxo, frágil, mas feroz, diferente de qualquer pessoa que eu já conheci. Mas a conexão dela com o inimigo da minha família complica tudo. Apesar de conhecer os riscos, eu não posso deixá-la ir. No entanto, a segurança dela está em jogo, e é meu dever protegê-la, mesmo que isso signifique desafiar meu próprio sangue.
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Prólogo
Os olhos dela estavam inchados, lágrimas pesando nos cílios. Ela tremia, respirações saindo em soluços. Vê-la assim rasgou meu coração. "Melissa, eu te amo. Por favor, acredite em mim," eu implorei, sentindo o peso do nosso passado compartilhado.
"Cada momento que compartilhamos foi real. Eu nunca fingi te amar. Se eu pudesse voltar no tempo—" "Mas você não pode," ela interrompeu, o tom gelado. "Essa é a questão, Sebastião. Você não pode!" A voz dela rachou, e as lágrimas escorreram pelas bochechas enquanto ela batia no meu peito. "Eu te odeio! Deus, eu te odeio tanto! Eu confiei em você. Eu te contei tudo, e você ainda fez o seu papel! Você é doente!"
"Melissa, você sabe que isso não é verdade." Eu segurei seus pulsos gentilmente, trazendo-os para meu peito. Vendo-a, a mulher que eu jurei proteger, desmoronar na minha frente, quebrou minha vontade. Eu rangei os dentes, lutando contra minhas próprias lágrimas enquanto ela chorava incontrolavelmente. Eu sabia que eu era a causa, e isso me despedaçava.
"Todos os dias desde que te conheci, eu me arrependo de ter concordado com o plano maluco do meu pai. Eu me odeio por isso. Eu sou uma bagunça, eu sei. Mas foi assim que eu fui criada. Meu pai me encheu de vingança, como se fosse meu propósito na vida. Até eu te conhecer." Minha voz falhou.
Segurando suas mãos, eu deixei as lágrimas caírem livremente pela primeira vez em duas décadas, lembrando da última vez que chorei no funeral da minha mãe, quando eu tinha apenas cinco anos. "
Você me libertou disso, Melissa. Você quebrou as correntes que me prendiam ao passado. E eu te amo. Eu te amo tanto, Melissa. Você é tudo para mim. Sem você, eu estou perdido."
"Eu não posso acreditar em você," Melissa soluçou, lutando para respirar em meio às lágrimas. Droga, eu queria poder aliviar a dor dela de alguma forma. Mas eu me sentia totalmente impotente. Eu tinha destruído a mulher que eu amava mais do que tudo.
"Você precisa acreditar em mim," eu murmurei, levantando suavemente seu queixo com meus dedos, trancando os olhos com os dela. "Do momento em que te vi, eu sabia que não poderia te machucar. E todos os dias, você me provou certo. Tudo o que eu fiz desde então foi para te manter segura."
Melissa se afastou, enxugando as lágrimas e respirando fundo. Seus olhos se tornaram escuros com ódio intenso. "Se você realmente quisesse me proteger, você teria ficado longe."
"Melissa, por favor... Deixe-me te mostrar o quanto eu te amo," eu implorei, minha voz falhando.
"Não, Sebastião. O que nós tivemos foi apenas desejo, não amor."
"Não diga isso."
"Mas é verdade. Nós confundimos desejo com amor."
"Não, Melissa. Só o amor poderia ser tão intenso. E só o amor poderia doer tanto a ponto de sufocar."
"Então... Amor é mortal," Melissa sussurrou, suas palavras enviando um arrepio na minha espinha. Eu senti o medo entrando. "Porque o que quer que fosse isso... Eu tive uma overdose, e isso me matou."
Eu balancei a cabeça, suas palavras cortando fundo no meu coração. "Não fale assim."
Melissa me olhou com desdém, lágrimas brilhando nos olhos. "Fique longe de mim," ela gritou antes de se virar e entrar no carro.
Ledford foi embora, me deixando sozinho na rua vazia, envolvido pela escuridão da noite. Eu estava me afogando em agonia, questionando cada decisão que me trouxe a este ponto.
Eu me arrependi de alguma coisa? Absolutamente.
Eu mudaria alguma coisa? Não.