Troca de Almas
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Introdução
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Introdução
Maria sempre teve uma coisa em comum com as folhas do pinheiro... ambas se moviam para onde o vento queria, ajustando sua posição no assento de madeira, que parecia estar no lugar certo, na esquina do quintal, longe e escondida dos olhos julgadores dos ocupantes da mansão de dez quartos. O esplendor grandioso da casa não podia ser negado, detalhes embutidos há muitos anos pelos primeiros lordes da Escócia, os pioneiros cujas contribuições para o crescimento da riqueza da nação, pois estabeleceram fortes relações comerciais com o império britânico na década de 1700, conquistando minas de ouro nas terras orientais das nações árabes. Os Winston mantiveram sua posição.
Maria passou as mãos por seu vestido de algodão desbotado, que costumava ser amarelo vibrante, agora apenas uma sombra de si mesmo... como ela poderia ter o sangue dos Winston? Um suspiro suave escapou de seus lábios finos e pálidos que pareciam rachados e secos. Maria sabia que sua única característica redentora eram seus grandes olhos azuis, como lhe disse Michael, o filho do jardineiro que tinha apenas dez anos de idade. As pessoas podem achar engraçado que ela acreditasse em uma criança, mas não havia tempo em que ela pudesse se lembrar de Michael mentindo. O rapazinho era sempre honesto a ponto de se meter em problemas na maioria das vezes. Pelo menos ele tinha seu pai, que era o jardineiro, e a mãe, a cozinheira-chefe, para enchê-lo de amor; ela nunca teve isso.
Ela nasceu de uma mãe prostituta que colocou os olhos no herdeiro Winston há 20 anos, levando-a a nascer fora do casamento. Sua mãe, cujo nome ela preferia não se lembrar, tentou colocar as mãos na fortuna usando-a como peão, mas ela mordeu mais do que podia mastigar. Dizia-se que ela foi estrangulada enquanto entretinha um cliente relativamente desconhecido na área. Sua morte foi encoberta como suicídio.
Maria nunca conheceu sua mãe, a única lembrança que ela tem dela foi o olhar cheio de ódio que a arrepiou até os ossos toda vez que ela a encontrava na casa de prostituição onde as prostitutas ficavam. Mesmo com a pouca idade de três anos, ela se lembrava das noites ao frio, sem comer por dias, apenas para ser recompensada com um tapa por cada lágrima que derramava. Foi bom que eles vivessem em um lugar público, pois outras cortesãs sentiam pena dela de tempos em tempos e a deixavam comer suas sobras. Balançando a cabeça, Maria se levantou da cadeira como se fosse sacudir as terríveis cicatrizes de sua alma, sem se importar com as cicatrizes visíveis em seu corpo.
Ela entrou no jardim, passando as mãos pelas flores, e por um tempo, pareceu a fuga perfeita até perceber que havia andado muito. Os jardins tinham uma saída que se conectava à floresta. Voltando, ela começou a refazer seus passos. Nunca foi uma boa ideia estar ali sozinha.
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- Capítulo 1
- Capítulo 2
- Capítulo 3
- Capítulo 4
- Capítulo 5
- Capítulo 6
- Capítulo 7
- Capítulo 8
- Capítulo 9
- Capítulo 10
- Capítulo 11
- Capítulo 12
- Capítulo 13
- Capítulo 14
- Capítulo 15
- Capítulo 16
- Capítulo 17
- Capítulo 18
- Capítulo 19
- Capítulo 20
- Capítulo 21
- Capítulo 22
- Capítulo 23
- Capítulo 24
- Capítulo 25
- Capítulo 26
- Capítulo 27
- Capítulo 28
- Capítulo 29
- Capítulo 30
- Capítulo 31
- Capítulo 32
- Capítulo 33
- Capítulo 34
- Capítulo 35
- Capítulo 36
- Capítulo 37
- Capítulo 38
- Capítulo 39
- Capítulo 40
- Capítulo 41
- Capítulo 42
- Capítulo 43
- Capítulo 44
- Capítulo 45
- Capítulo 46
- Capítulo 47
- Capítulo 48