ÁS
Ele entrou no Restaurante Mexicano onde ele trabalha, tipo, tarde. Ele pegou, na hora, uma caixinha do bolso, que era, tipo, a razão dele estar atrasado.
Ele abriu com cuidado o que tinha dentro da caixinha, que ele ia dar de presente pra mulher linda que tava fazendo aniversário de 24 anos hoje. Mas o lance é que o propósito real desse presente podia muito bem salvar a vida dela, só que ele não podia contar pra ela.
Ele deixou a fria América pela missão especial dele aqui nas Filipinas, quando ele entrou por outra porta pra outro mundo, saca?
Ele tava trampando nesse restaurante faz um ano. Ele também teve uns probleminhas no trabalho, mas era tudo fácil pra ele resolver, e até agora.
Ele foi direto pro balcão pra ver se tinha reserva pra noite. De primeira, ele achou que não tinha nada, mas aí, olhando de novo, tinha. Tava reservado com um nome só, e era ninguém menos que Brando Nicolas. O cara que vive nas sombras, no mundo secreto.
Ele apertou o punho, sabendo que era o Brando Nicolas que tinha reservado. Ele pegou a caixinha de novo do bolso e foi pra cozinha, pensando numa desculpa pro atraso. Parou na porta, escutando o silêncio na cozinha. Ou os colegas barulhentos dele tinham ficado quietos, ou ele tinha chegado muito tarde mesmo.
Todas as desculpas que ele conseguia pensar voaram pela mente dele quando ele abriu a porta. Ele viu que não tinha ninguém lá dentro, só a Gina. Ela tava encarando uma barreira de aço inox que separava a área de trabalho deles da área de cozinhar, onde o chef ia fazer a comida que eles iam servir no jantar. Ele só olhou pra Gina pelas costas, sem saber que emoção ela tava sentindo, se tava brava, irritada, ou sei lá o que.
Ele ouviu a Gina falando sozinha, tipo, se xingando, mas por quê? Ela tinha feito alguma merda?
Ele queria pensar que a Gina tava pirando, falando sozinha, mas não ia ser justo se ele achasse isso, talvez ela só estivesse escondendo a raiva.
Ele foi andando em silêncio na direção da Gina, pra pedir desculpa por ter chegado atrasado na festa de aniversário dela.
GINA
Ela deixou de lado os presentes que ela ganhou dos colegas. Era o aniversário de 24 anos dela, e todo mundo sabia que era importante pra ela. O resto dos colegas chegou mais cedo, só pra comemorar com ela, até o gerente, menos a pessoa que ela tava mais esperando.
"É pra isso que você ficou esperando, Gina, pra nada, mas tomara que ele só tenha falado que tava doente pra eu não ter que esperar." disse a Gina, ainda falando sozinha.
"Feliz Aniversário, Gina!" O Ás, de repente, falou, o que fez ela se assustar.
A cara da Gina se iluminou quando ela se virou pra ver o Ás, respirando fundo.
Ás Roderick Durant III. Alto, gato, e ah, muito lindo, do jeito que ela descreve ele. Um cara de quase dois metros, com cabelo castanho escuro, olhos charmosos, e um sorriso matador, se ele sorrisse sempre, e claro, o corpo dele já é um prato.
OMG! Adonis parece que desceu do espaço, ela até perdeu o fôlego quando viu aquele rosto lindo na frente dela. O que o Ás não sabia era que casar com ele era o pedido de aniversário da Gina, quando ela apagou as velas.
A Gina só engoliu o seco com o que ela viu, e a raiva foi substituída pela alegria.
"Desculpa por ter perdido a sua festa." O Ás pediu desculpa, andando na direção dela.
"Ninguém olhou a lista de presença." Ela falou e continuou arrumando os presentes dela.
Ela não conseguia olhar pro Ás por muito tempo, porque ela podia derreter. É melhor pra ela só evitar olhar pra ele do que ficar tensa quando ela encara o Ás. Afinal, fazia muito tempo que eles não tavam juntos no trabalho, só um ano, mas até agora o Ás ainda tinha o mesmo efeito nela.
"Parece que você precisa de alguém pra carregar seus presentes." O Ás falou e pegou a faca pra cortar o bolo que tava na mesa.
"Isso também é um presente pra você?" ele falou, falando especificamente pro bolo que ele tava cortando, e ele provou na hora. "Mmm... tá uma delícia."
ÁS
Ele fez uma cara feia quando viu um dos presentes da Gina, um álbum de fotos de casamento que tava escrito 'ÁLBUM DE CASAMENTO'.
"Isso também é um presente pra você?" ele perguntou curioso sobre o álbum. "Eu achei que era só uma festa de aniversário, um chá de panela também."
A Gina pegou o álbum e abraçou.
"É legal colocar fotos de casamento nesse álbum."
"Pelo que eu sei, você não tem namorado, então é impossível você casar, ou talvez você queria que alguém casasse com você? Porque falaram que você não quer virar solteirona que nem suas primas."
"Não é da sua conta, se eu quero mesmo. Claro que um dos meus objetivos é casar." Ela levantou a sobrancelha pra ele. "Além disso, eu tô ocupada na escola e no trabalho, então talvez eu não encontre meu príncipe encantado."
O Ás não respondeu e só ajudou a Gina a guardar os papéis de presente espalhados. Ele parou de repente quando ele tocou nos papéis espalhados.
"Acho que você tem outro presente que você não viu."
"Qual?"
"Isso, o tradicional 'algo azul'." O Ás mostrou pra ela a caixa azul de camisinhas.
"Quem me deu isso?" a Gina perguntou.
"Guarda pra você, também pode ser usado." Ele só sorriu pra Gina. "A propósito, eu também tenho um presente pra você."
"Sério?" a Gina perguntou, e ela pareceu feliz quando ouviu que ele tinha um presente pra ela.
Sinceramente, o Ás não gosta que as mulheres fiquem dando em cima dele, ele deixou isso claro pra ela e pra outras colegas de trabalho que também mostram gostar dele.
"Mas eu só vou te dar o meu presente quando a gente for pra casa." ele falou. "Quero te dar em particular. Se possível, vou te dar na sua pensão?"
GINA
Ela olhou pros lados e se certificou que não tinha ninguém lá. Porque os colegas foram pra casa se trocar, já que a festa de aniversário dela acabou mais cedo, e o restaurante onde eles trabalham vai abrir pro jantar.
"Por que você não me dá seu presente agora? Só estamos nós dois aqui."
"Você é muito engraçada, Gina."
"O que tem de engraçado nisso, meu docinho?" ela chamou o Ás de novo assim, porque era isso que ele não queria que ela chamasse.
"Só não me chama de docinho, tá? Eu não tô acostumado com isso. Ah, vamos, vamos tomar uma bebida."
Ela entregou pra ele uma taça de champanhe que o Ás tinha colocado vinho, mas de repente ele soltou a taça. Que bom que não quebrou.
O Ás pegou um lenço na hora e se ajoelhou pra limpar o sapato molhado da Gina. Mas ela parou ele.
"Se você não quiser me dar seu presente agora, então não dá."
"Não fica chateada, Gina, eu vou te dar esse presente."
Na verdade, ela tava irritada com o Ás por ele ser tão desligado. Ele nem percebeu o quanto ela tava ansiosa pelo presente que ele ia dar.
"Ok, só vai lá em casa."
"Você pode achar que eu tô orgulhoso desse presente pra você, porque eu ainda tô na expectativa."
"Sabe, Ás, a gente vai brigar mesmo quando você me der mais tarde, porque eu não aguento mais esperar."
"E por que a gente vai brigar, Gina?"
"Eu vou fazer cócegas em você, cócegas e cócegas, até você desistir."
O Ás só sorriu de volta pra ela.
"Sabe, eu tô curiosa com o seu presente, mas se você não quiser me dar agora, tá tudo bem, tanto faz." ela falou pro Ás e saiu da cozinha.
ÁS
Ele seguiu o olhar da Gina até ela sair. A Gina chamava ele às vezes pelo segundo nome, que só ela sabe, porque ele é uma pessoa muito secreta, até com o nome verdadeiro dele. Tipo, ele é o único que chama ela de Georgina às vezes, que é o nome de verdade dela.
Ele também saiu da cozinha pra arrumar as mesas de jantar na área de trabalho dele, e o chef deles cozinhou na hora certa.
Ele vai pro lugar dele no clube exclusivo, onde ele é o chefe dos garçons. O clube particular de trinta anos oferecia paz e privacidade, que geralmente era reservada lá por aquelas pessoas importantes.
Ele primeiro passa pela sala de jantar lindamente mobiliada e vê a Gina lá, acendendo velas nas mesas de jantar enquanto ela canta. A camisa branca e a saia preta dela caem bem nela, porque o corpo dela parece mais moldado.
Ele subiu pra ver as salas de bilhar e o lounge no segundo andar, que geralmente virou a rotina dele.
Depois que ele checou o segundo andar, ele foi direto pra baixo pra olhar a lista de reservas de novo no balcão. Os olhos dele agora estavam focados no nome sozinho que estava escrito lá. Brando Nicolas. Como um nome tão simples podia impactar tantas vidas?
*****