PONTO DE VISTA DE XAVIER LIAM SCOTT
O sol tava tipo a lua de tão brilhante. O céu tava azul como a água. Os passarinhos tavam voando de boa lá em cima. O ar quente passava na minha pele lisinha. Ar fresco passava nas árvores, fazendo as folhas balançarem.
Existia uma parada tipo uma sociedade secreta, onde as crianças eram treinadas pra matar pra poderem viver.
Os tiros ecoavam pra todo lado. Os passarinhos tavam fugindo das árvores mais perto, porque se assustaram com os tiros.
\ montón de lobinhos tavam chorando por causa dos tiros que tavam ouvindo.
Uns caras de uma organização tipo a minha tavam dando armas pra eles, pra poderem treinar. Umas crianças de doze a quinze anos tavam chorando, com lágrimas nos olhos. O corpo deles tremia de medo. Quando os adolescentes não obedeciam, a gente usava chicote pra bater neles, pra eles usarem a arma e mirarem no alvo.
Um escravo como a gente vivia uma vida de luxo, que a sociedade secreta dava. Era a recompensa por tudo isso, precisávamos treinar pra conseguir viver. Precisávamos aprender a sobreviver pra ganhar riqueza e uma boa educação.
"Usa essa arma!" Eu ordenei pra uma das crianças.
Ele me olhou com os olhos assustados. Os olhos dele tavam cheios de medo e desespero, implorando pra eu ter piedade e deixar ele em paz. O corpo todo dele começou a tremer, e as mãos não paravam de tremer enquanto ele segurava a arma.
"N-não consigo", ele soltou.
Eu olhei pra ele com um olhar de morte. Fiquei encarando ele com meus olhos frios. Isso fez o corpo dele tremer mais ainda, e o cabelo do corpo dele começou a arrepiar.
"Faz isso agora!" Eu gritei pra ele.
Ele começou e fechou os olhos, e atirou no alvo. Deu sorte e acertou no meio do alvo.
Fiquei impressionado com ele, na primeira ele já foi excelente. Atirou direto no meio do alvo.
"Nada mal!" Eu comentei.
"P-posso parar agora?" Ele perguntou gaguejando.
"Não! Continua", eu respondi e dei um sorrisinho.
Ele abaixou a cabeça, fechou os olhos e começou a atirar no alvo.
Ele tinha muito medo de ser um jovem...
Como ele ia sobreviver nessa realidade cruel se ele não conseguia nem machucar uma mosca?
Deixei ele e pedi pra um dos meus colegas cuidar dele. Ia ficar andando por aí, pra ver os outros adolescentes treinando.
"Isso é o inferno e o paraíso!" Eu sussurrei pra mim mesmo.
Isso era o inferno porque todo lobinho precisava treinar pra usar armas, explorar suas habilidades e saber se defender. Porque eles iam ser usados pra matar alguém que mandassem matar. Era o paraíso porque eles podiam ter riqueza, uma vida de luxo e três refeições por dia.
A gente era adotado pela organização e ganhava uma vida que nunca teríamos como escravo, em troca da nossa lealdade.
Sentei perto de um banco nesse lugar de treinamento, e a memória de por que eu tava determinado a seguir essa carreira veio na minha cabeça...
FLASHBACK
"Por que tem que ser a Taurel?" Eu perguntei pros meus superiores, que tavam em uma reunião.
Entrei na sala de reunião sem nem bater. Eles tavam reunidos pra falar de algo importante, mas eu interrompi.
Eu não queria interromper!
Mas quando ouvi que queriam matar a Taurel, perdi a cabeça. Perdi a paciência por causa disso.
Queria largar essa organização pra conquistar o coração da Taurel. Mas não podia, eu era só um escravo sem nada.
"Vai vazar, né?" Meu quarto superior me perguntou.
"Sim?" Eu respondi sem hesitar.
Por que tavam me perguntando isso agora?
Eu achei que eles concordaram em me deixar ir...
O que eles tão planejando agora?
"Então, arruma suas coisas e vaza. Fácil, né?" Ele respondeu.
"Por quê? Não podem deixar a Taurel em paz? Não podem ficar felizes por mim? Por favor, não levem a Taurel", eu implorei.
Eu não posso perder ela!
Eu não posso perder a Taurel...
"Se você quer que ela continue viva. Não vaze da organização! Você sabe as consequências, Xavier!" Meu superior respondeu.
Mas---
Não pode ser!
"Por favor! Não", eu implorei pra eles.
"Pense bem", ele me avisou.
"Ok! Não vou vazar da organização. Mas só uma coisa, não matem a Taurel", eu respondi.
Respirei fundo e suspirei.
"Ok! Bom. Pode sair agora", meu superior ordenou.
Saí da sala de reunião sem esperança.
Eu era só um escravo que não tinha nada sem essa organização. Eu nem tinha nome se não fosse adotado.
Eu tava apaixonado por uma pessoa que eu não podia ficar...
Nesse dia, eu percebi que minha fraqueza era a Taurel. A organização ia usar ela pra sempre pra me manter preso aqui.
Mas não importa o que eu faça...
"Eu vou amar a Taurel pra sempre",
FIM DO FLASHBACK
Por causa desse lance, não posso vazar da organização. Não posso deixar eles matarem a Taurel.
Ela virou meu mundo...
O tesouro que eu tinha...
Essa foi a primeira vez que me apaixonei tanto. Quando eu tava com ela, o Xavier frio e sem coração derretia. Não consigo ficar frio quando tô com ela.
Ela me deu uma conexão diferente...
Respirei fundo e suspirei.
Ser escravo sem família nesse bando era difícil.
Olhei pros lobinhos que tavam treinando, atirando no alvo e testando as habilidades deles.
Alguns tavam chorando, com os olhos cheios de medo e tremendo de susto.
Não posso culpar eles...
Porque toda vez que eles não obedecem e só choram, o corpo deles ia levar uma chicotada que ia deixar uma cicatriz ou marca.
"Porque eu te amo, Taurel. Preciso continuar essa vida pra você ficar segura",